
Mídia eletrônica profissional


Entenda a linguagem da televisão e do cinema (2)
Ricardo Pizzotti
Ritmo
Chamamos de ritmo a impressão que é passada pela duração dos planos, pelas intensidades dramáticas e pela montagem. Trata-se do ritmo visual da imagem, do ritmo do som e do ritmo narrativo da ação.
De algum modo, uma relação proporcional entre ritmo e sucessão de planos pode ser estabelecida. Torna-se necessário criar uma convergência entre atenção do espectador e movimento das imagens.
O ritmo da cena é determinado de acordo com a duração dos planos.
Sucessões de planos de curta duração criam um ritmo rápido com a impressão de grande atividade, agilidade e ambiente de tragédia. Porém, se eles forem cada vez mais longos, podem contribuir para gerar sensação de calma, monotonia, tranquilidade, tristeza, tédio, miséria material ou moral de uma personagem.
Tomadas próximas pedem mudanças rápidas de planos, pois seu conteúdo é captado rapidamente; o contrário acontece com planos abertos.
A atenção também é diferente no início e no fim de um plano. No começo, após reconhecido e situado, há um nível de atenção máximo em que é captado o seu significado. Depois, a atenção diminui. Se o plano permanecer mais do que o necessário, pode provocar irritação ou incômodo.
O ritmo fílmico também é dado pelo movimento da câmera, pelo som e pelos elementos representados
Uma sucessão de primeiros planos produz um ritmo de grande tensão dramática.
O filme Psicose (1960), de Alfred Hitchcock, trouxe uma das sequências mais conhecidas da história do cinema: a famosa cena do chuveiro, em que a personagem interpretada por Janet Leigh é assassinada a facadas.
O mais interessante é observar que a sequência é construída como uma sucessão de cortes ritmados pela trilha sonora e pelo som da faca. Observando atentamente, pode-se notar que em nenhum momento a arma encosta na atriz. A violência dessa cena está na genial montagem de Hitchcock e na trilha sonora arrepiante de Bernard Herrmann